Baleia, nome comum de qualquer um dos mamíferos marinhos que constituem a ordem dos Cetáceos.
Diferenciam-se do resto dos mamíferos porque passam toda a vida na água, desde que nascem até morrerem. Ou seja vive no mar mas não é peixe.
O termo "cetáceo" é usado para denominartodas as espécies de baleias, delfins e toninhas que existem.
Em geral, as espécies que têm mais de 4 metros de comprimento são chamadas baleias, enquanto as espécies menores formam o grupo dos delfins e das toninhas.
A maioria das baleias pequenas, dos delfins e das toninhas pertence à subordem das baleias com dentes.
Na atualidade, existem cerca de 40 espécies de baleias e metade delas é considerada rara.
As baleias assim como todos os mamíferos, possuem sangue quente e respiram pelos pulmões.
São incrivelmente adaptadas a vida aquática e quando submersas se comunicam através de estalos
e assobios.
Alguns estudos sobre as baleias já revelaram como seu comportamento social é desenvolvido.
Algumas espécies formam grupos de forte organização social em que se alimentam juntos e protegem
os jovens e os doentes.
A baleia pode viver 30 anos em média, porém já foi registrada uma baleia que chegou até os
50 anos. Pode chegar a 20 km/h.
Anatomia
As nadadeiras de uma baleia são membros locomotores atrofiados, remanescentes do período
em que seus antepassados eram quadrúpedes. Apesar de sua aparência externa,
tem uma estrutura óssea interna bem semelhante à dos membros anteriores dos mamíferos terrestres.
As narinas de uma baleia localizam-se bem no alto de sua cabeça.
Subindo à superfície após a submersão prolongada, expele através dela o ar quente e úmido
dos pulmões, o qual se condensa em contato com a atmosfera, formando uma coluna de
gotículas de água, que às vezes se ergue à altura de mais de seis metros.
Na foto ao lado o vapor formado pela respiração da baleia.
A audição é o sentido mais importante das baleias.
Sabe-se que produzem pelo menos dois tipos de sons: os que intervêm em seu sistema de ecolocalização
e as vocalizações. Os sons de ecolocalização funcionam como uma espécie de sonar biológico,
enquanto as vocalizações são as conhecidas canções das baleias, que parecem ser um meio de
comunicação entre os membros da mesma espécie. As baleias não possuem orelhas, pois isto atrapalharia
seu formato hidrodinâmico, mas elas possuem ouvidos. A abertura do ouvido externo é um minúsculo
orifício, muito difícil de ser observado e que fica cerca de 30 cm atrás dos olhos.
A cauda é grande, e constitui o principal órgão propulsor de deslocamento da baleia.
O corpo é coberto por uma camada de gordura que ajuda na flutuação do animal e a manter o calor.
Essa gordura também funciona como meio para armazenar energia.
Alimentação
Apesar de sua imensa boca, todas as baleias têm o esôfago muito estreito.
Por isso, alimentam-se de pequenos peixes e organismos marinhos, que recolhem enchendo a boca
de água e depois deixando-a escoar através de uma rede de 400 lâminas ósseas, que substituem os
dentes - que as baleias não têm.
Respiração
A baleia é um animal de sangue quente, encontrado principalmente nas águas geladas da região antártica.
Os pulmões da baleia são excelentes, mas ela é extremamente econômica em matéria de respiração:
desde que inspira o ar até o momento em que o expira, às vezes transcorrem até 20 minutos.
Por isso ela pode mergulhar a grandes profundidades e permanecer submersa, enganando assim os
baleeiros (caçadores).
A cauda é a digital da baleia.
Nenhuma é igual a outra.
É através da cauda que os pesquisadores conseguem identificar as baleias.
Em sintonia
Quando as imensas algumas baleias chamam umas às outras através da água a distâncias maiores
que 24km, elas escolhem a mesma "janela" de frequência para enviar seus sons de baixa frequência.
Como os usuários de telefone celular, elas se sintonizam nas áreas mais silenciosas do espectro sonoro.
Os cantos submarinos das baleias e golfinhos permitem que eles se comuniquem à enormes distâncias.
Os mamíferos maiores fazem mais barulho.
A baleia se identifica mostrando a cauda, é como se dissesse: - Oi, sou eu.
Baleias-azuis
As baleias-azuis não apenas são apenas as maiores criaturas existentes na terra, como também as que
fazem mais estardalhaço. Esses gigantes oceânicos atingem comprimentos de 30m e, no fim da estação
de alimentação, podem pesar até 148 toneladas. Seus lamentos longos e graves transportam-se pela
água por imensas distâncias e podem durar até mais de 30 segundos.
Embora o repertório das baleias-azuis consista sobretudo de grunhidos e gemidos de baixa frequência,
e seja bastante limitado em comparação com o de suas parentes jubarte, elas também emitem tons de
soprano usando frequências ultrassônicas. Esses tons podem ajudar na ecolocalização — emissão de
curtos estalidos e interpretação dos ecos que retornam com informações detalhadas sobre os arredores
(como o morcego). Mas há quem pense que os longos gemidos das baleias-azuis são usados apenas
para elas se comunicarem entre si.
Outras baleias também emitem gemidos longos e de baixa frequência, destinados a enviar mensagens
através de extensas faixas do oceano. Esses gritos de longa distância parecem ter uma finalidade específica
— convocar os membros de um cardume. Quando as baleias reúnem-se em áreas confinadas, em
grupos de machos e fêmeas, seus gritos simples dão lugar a cantos mais complexos. Os sons comuns
de tonalidade grave são entrecortados por notas de frequência mais estridente.
A explicação mais provável desses arrebatados cantos é que os machos sempre tentam atrair a fêmea
com notas de frequência mais aguda, e mostrar agressividade aos rivais com notas de frequência mais grave.
Baleias francas
As baleias francas são cetáceos de grande tamanho, podendo atingir, segundo registros históricos, mais
de 17 metros de comprimento nas fêmeas e pouco menos nos machos, muito embora participantes da
caça à baleia franca no litoral do Estado de Santa Catarina nas décadas de 1950/60 afirmem
categoricamente que animais com mais de 18 metros foram capturados nas imediações de Garopaba
e Imbituba. O corpo é negro e arredondado, sem aleta dorsal e a cabeça ocupa quase um quarto do
comprimento total, nela destacando-se a grande curvatura da boca, que abriga, pendentes, cerca e 250
pares de cerdas da barbatana, que são ásperas e na sua maior extensão negro-oliváceas. O ventre
apresenta manchas brancas irregulares. As fêmeas trazem mamilas na região inguinal e glândulas
mamárias que podem ser bastante espessas, até cerca de 10cm.
As fêmeas adultas, segundo registros de captura, podem chegar a pesar mais de 60 toneladas, enquanto
que para os machos pesos acima de 45 toneladas não são incomuns. A identificação de sexo nas baleias
adultas por padrão comportamental é apenas possível no caso de fêmeas adultas acompanhadas de filhotes
em suas áreas de reprodução; em outros casos, somente a observação da morfologia da região anogenital
é determinante, as fêmeas possuindo fendas mamárias em ambos os lados da fenda genital e os machos
apresentando ausência destas fendas e ânus bastante afastado, distinguível, da fenda genital. A camada
de gordura que reveste o corpo das baleias francas é notável, podendo chegar a 40cm de largura em
alguns pontos.
O “esguicho” das baleias francas é bastante característico, em forma de “V”, resultante do ar aquecido
expelido muito rapidamente quando da respiração e da vaporização de pequena quantidade de água
que se acumula na depressão dos dois orifícios respiratórios quando o animal emerge para respirar. A
altura do esguicho pode chegar a atingir de 5 a 8 metros, sendo mais visível em dias frios e com pouco
vento, e o som causado pela rápida expelida de ar pode ser ouvido muitas vezes a centenas de metros.
A mais marcante característica morfológica da espécie é o conjunto de calosidades ou “verrugas” que
apresentam as baleias francas no alto e nas laterais da cabeça.
São calos naturais da pele, que nascem já com a baleia e são relativamente macias em filhotes recém-nascidos,
mas endurecem com o crescimento do animal.
Mas o tamanho relativo e forma não se alteram ou alteram-se muito pouco, permitindo seu uso para
identificação visual dos indivíduos.
As “verrugas” são geralmente acinzentadas ou branco-amareladas, neste último caso - o mais
freqüentemente observado - tendo sua cor aparente influenciada pela cobertura maciça de ciamídeos,
crustáceos anfípodos que colonizam as “verrugas” dos filhotes pouco após o nascimento, e acompanham
a baleia franca por toda sua vida.

As baleias francas são identificadas
individualmente através das calosidades
que possuem na cabeça ou pelas
manchas da sua cauda.
O perigoso nascimento da baleia-de-corcova
As baleias-de-corcova, ao contrário dos cachalotes, sociáveis, vivem em bandos nomades e desgarrados
de quatro a dez baleias. Por outro lado, o relacionamento entre a mãe e filhote é mais longo e mais
estável. Eles ficam juntos por quase um ano.
Geralmente, a baleia-de-corcova dá à luz um único filhote, que sai primeiro com a cauda.
O curto cordão umbilical rompe-se ao ser esticado e o recém-nascido nada em direção à superfície
para respirar pela primeira vez.
A mãe o ajudá, empurrando com o focinho ou com uma de suas nadadeiras.
Esses primeiros segundos são importantes para o filhote, pois, enquanto seus pulmões não se enchem
de ar, seu corpo é mais pesado que a água e ele corre o risco de afundar e se afogar.
Baleia Jubarte
Conhecida também como baleia corcunda, a baleia-jubarte é chamada pelos cientistas de Megaptera
novaeangliae.
Quando uma jubarte salta, rompendo a tranqüilidade das águas, é um espetáculo impressionante. Elevando
seu corpo quase completamente fora d’água, por alguns segundos ela parece querer vencer a gravidade
e alçar vôo.
Neste momento suas longas nadadeiras peitorais, que chegam a medir até 1/3 de seu comprimento,
poderiam ser comparáveis às asas de um pássaro. Esta é a origem do nome Megaptera que em grego
antigo significa “grandes asas”.
Quem observa uma jubarte saltando fica fascinado com a beleza do espetáculo, mas com certeza ficaria
ainda mais impressionado ao descobrir que aquele corpo que se projeta no ar pode pesar de 35 a 40
toneladas e medir cerca de 16 metros de comprimento.

Embora seja única em seu gênero, a jubarte
pertence à mesma família de outras baleias que
possuem pregas ventrais.
Uma baleia com pregas ventrais é chamada de
rorqual. Todos os rorquais pertencem à família
dos balenopterídeos.
Muito da dificuldade de se estudar as baleias
vem do fato de que estes animais passam a maior
parte do tempo com seu corpo submerso,
longe de nossos olhares.
Se estivermos mergulhando e tivermos a sorte de uma jubarte se aproximar poderemos observá-la por inteiro.
Ao observarmos uma jubarte com atenção percebemos que sua cabeça é ligeiramente achatada e possui
no seu topo uma série de calombos ou nódulos, com minúsculos pêlos aderidos a eles. Ainda não se
conhece qual a função destes pêlos mas supõe-se que tenham uma função sensorial.
Também chama a atenção a boca, bastante longa e arqueada.
Iniciando-se no queixo e se estendendo pelo abdômen até a região do umbigo é encontrada uma série de
pregas de coloração branca, denominadas pregas ventrais.
Seu número pode variar de 14 a 35 e funcionam como o fole de um acordeon expandindo quando o animal
se alimenta (à semelhança do papo do pelicano) e contraindo quando ele expulsa a água para fora da boca.
Para filtrar o alimento da água do mar esta baleia utiliza uma série de placas que descem do céu da boca
e formam como que uma cortina por onde a água consegue passar e o alimento fica retido.
Estas placas são chamadas de barbatanas e são formadas de queratina, a mesma substância que forma
nossa unhas. Próximo ao canto da boca estão localizados os olhos, que possuem boa capacidade visual
tanto dentro como fora d’água.
O tórax é protegido por 14 pares de costelas e abriga o coração e os pulmões.
Na região torácica observamos duas longas nadadeiras peitorais, que numa jubarte adulta podem medir
mais de cinco metros de comprimento. A borda anterior da nadadeira peitoral é bastante ondulada, sua
face ventral é branca enquanto a face dorsal em geral possui uma mistura de padrões de preto e branco.
As nadadeiras peitorais em geral servem para ajudar a direcionar o movimento das baleias e golfinhos
quando estes nadam, auxiliando na manutenção do equilíbrio. Estas nadadeiras não são eficientes,
entretanto, para proporcionar impulsão ao animal.
Continuando em direção à cauda, no dorso da jubarte veremos uma pequena nadadeira dorsal, localizada
sobre uma ligeira corcova. Quando a jubarte mergulha costuma arquear a região da nadadeira dorsal,
deixando esta corcova mais saliente. Desta característica deriva seu nome em inglês, humpback whale,
ou baleia corcunda. Esta nadadeira dorsal possui um formato ligeiramente diferente para cada indivíduo.
Em algumas jubartes ela é mais arredondada e em outras ela pode apresentar um formato semelhante a
uma foice.
Logo após a nadadeira dorsal inicia-se a região conhecida como pedúnculo caudal, uma grande e poderosa
região muscular que, juntamente com a nadadeira caudal, é responsável por permitir a natação e a
realização dos espetaculares saltos da jubarte.
É a batida da nadadeira caudal que permite às baleias se deslocarem. Numa jubarte adulta a nadadeira
caudal pode medir mais de 5 metros de largura. Sua borda é serrilhada e na face ventral a coloração
pode ir desde quase completamente branca até totalmente escura, apresentando cada animal um padrão
de manchas e riscos diferentes. É justamente o fato de cada uma possuir um desenho único na nadadeira
caudal que permite que cada baleia jubarte possa ser identificada como um indivíduo através das fotografias
desta região. Podemos dizer então que a nadadeira caudal da jubarte constitui o equivalente das
impressões digitais dos humanos.

Uma dúvida freqüente é como saber se uma baleia que está sendo observada é um macho ou uma fêmea...
Vista da superfície, esta diferenciação é quase impossível para a baleia jubarte. Se tivermos a chance de
olhar a região ventral da jubarte embaixo d’água poderemos observar que próximo ao pedúnculo caudal
existe uma fenda conhecida como fenda genital e que abriga os órgãos reprodutivos dos cetáceos. Esta foi
mais uma adaptação para reduzir o atrito e permitir que a baleia deslize melhor na água. Durante o
acasalamento, o macho expõe seu pênis para fora da fenda genital e procura introduzi-lo na fenda da fêmea.
Existem pequenas diferenças entre machos e fêmeas: enquanto nas fêmeas a fenda genital fica deslocada
em direção à nadadeira caudal, bem próxima à abertura do ânus, nos machos a fenda está deslocada em
direção ao abdômen, próxima à cicatriz do umbigo, onde terminam as pregas ventrais. A única outra
diferença anatômica externamente visível entre machos e fêmeas é a presença de um lobo hemisférico
na região urogenital das fêmeas localizada logo após a porção posterior da fenda genital. Paralelas à
fenda genital existem duas pequenas fendas onde estão localizadas as glândulas mamárias.
A pele da jubarte é relativamente fina, para um animal de seu tamanho, possuindo menos de 1 cm de
espessura.
Na região dorsal a pele é de coloração preta, enquanto na região abdominal é variável, sendo preta
em algumas regiões e branca em outras.
Grudadas na superfície da epiderme podemos encontrar as cracas, organismos marinhos que produzem
carapaças para se proteger e que crescem sobre as baleias assim como no casco de navios. As cracas
não são parasitas, elas apenas “pegam carona” nas baleias, mas suas carapaças às vezes são afiadas e
podem ter um papel importante nas disputas dos machos pelas fêmeas.
Embora a pele seja bastante fina, as baleias possuem logo abaixo uma espessa camada de gordura que
serve como um isolante para protegê-las do frio das águas e como uma reserva de energia. A espessura
da camada de gordura varia nas diferentes espécies de baleias e também em função da época do ano.
Numa baleia jubarte esta camada pode medir mais de 15 cm de espessura.
Entre todas as baleias a jubarte é a mais maciça e a menos esbelta. Devido às suas linhas, consideradas
pouco hidrodinâmicas, a baleia não tem um desempenho tão bom quanto as outras, nada a uma velocidade
de 6 a 12km/h. Durante muito tempo sofreu intensa predação, por viver grande parte da vida ao longo das
costas marítimas. Sua caça foi proibida em 1966, porém, ainda hoje está ameaçada de extinção. Além da
caça, ainda enfrenta os problemas de poluição nos mares e até colisões com grandes embarcações.
Para amamentar, a jubarte sobe à superfície, seu filhote abocanha o mamilo, mas é incapaz de sugar: o leite
é esguichado em sua boca, quando crescem, fêmea e macho chegam ao mesmo tamanho. Sua distribuição
é muito vasta, e as populações obedecem ao mesmo tipo de migração, na estação fria, procuram águas
tropicais; na estação quente, vão para águas polares. Possui hábitos costeiros. São encontradas em todos
os oceanos, no Brasil, distribuem-se desde o Rio Grande do Sul até o Arquipélago de Fernando de Noronha,
sendo que sua maior concentração ocorre no Parque Nacional de Abrolhos, na Bahia. Seu período de
gestação é de aproximadamente 12 meses, com o nascimento de 1 filhote, que possui em média 5 metros
e pode pesar até 2 toneladas.
Formam grupos de 2 a 3 indivíduos, no entanto, é comum encontrá-las sozinhas. Nos períodos de migraçã,
não se alimentam e consomem as reservas de grossas camadas de gordura que armazena nas áreas de
alimentação, próximas dos pólos. Alimenta-se principalmente de krill (pequeno camarão) e de outros
crustáceos além pequenos peixes.
As baleias jubarte são famosas por irromper da água apontando a cabeça e depois mergulhar de lado.
Além de assustar os cardumes de peixes, talvez seja uma maneira de chamar a atenção de outras baleias.
são uma espécie de aviso para manter os machos separados durante a gigantesca exibição de cortejo para
o acasalamento.

As brincadeiras acrobáticas podem
distrair os filhotes de baleias por horas
a fio.
Nadando para longe da mãe e
voltando em círculos cada vez mais
complexos, eles desenvolvem força
e habilidade. Eles também brincam
de boiar de barriga para cima e de
bater na superfície da água com o rabo.
Como a maioria das brincadeiras, esses comportamentos são específicos de uma espécie e referem-se ao
comportamento do animal adulto.
Laços estreitos
A ligação mais profunda entre as baleias é entre a mãe e seu rebento.A mãe jubarte e seu filhote ficam
juntos cerca de um ano após o nascimento.As outras relações entre as jubarte são temporárias,
durando apenas algumas horas ou dias.
As incríveis formas de comunicação das profundezas do mar
Nas águas do oceano Pacífico, a baleia jubarte macho entoa uma canção - um padrão regular de
bramidos e estrondos, entremeados de suspiros e guinchos mais curtos.Cada canção dura de 5 a 30
minutos, com algumas partes repetidas e intercaladas, exatamente como os cantos líricos e o coro na
música humana.Os cantores às vezes fazem apresentações que chegam a durar 24 horas.A baleia jubarte
do oceano Atlântico também canta, mas de forma diferente que seus parentes do Pacífico.
Os esquemas gerais assemelham-se muito, mas as partes componentes (as "letras") são bem diferentes.
Os estudos dos cantos da baleia revelam que ela os muda sempre, alterando frases ou inserindo trechos
novos. As músicas são longas e complexas, como os épicos musicais.Outra teoria é que o canto anuncia
quanto tempo o macho consegue prender a respiração, mostrando sua boa forma. Elas sempre entoam
uma frase característica antes de soltar a voz.
Um dos maiores mistérios das baleias jubarte é como elas conseguem "cantar".Quando elas se enfurecem,
são vistas bolhas mas, quando cantam, não se vê nada.Para produzir sons, essas baleias sopram o ar através
de estruturas que vibram na corrente de ar, mas não expelem ar durante todo esse processo. Talvez o
ar passe de um lado para outro na complexa rede de tubos e concavidades dentro da sua cabeça, que
funciona como uma imensa caixa acústica.
As baleias jubarte, junto com outras espécies, fazem uso das propriedades acústicas da água (o som se
propaga quatro vezes mais rápido na água que no ar).
Vez por outra elas saltam da água, deixando o corpo todo de fora, e mergulham de novo com força no
mar. Pode-se ouvir seu espadanar a longas distâncias. Os zoólogos acreditam que são formas de afirmar
sua presença entre outras baleias.
Cachalote
O cachalote tem um perfil diferente do de todas as outras espécies.
A cabeça desenvolve-se desproporcionalmente em relação ao resto do corpo, até atingir 5m, um terço
de seu comprimento adulto.
Os adultos podem ficar submersos durante 90 minutos e avisam sua intenção de mergulhar elevando bem
alto a cauda.
Quando uma família retorna à superfície após o mergulho, os cachalotes comunicam-se por uma série de
estalidos, considerados reguladores de importantes funções sociais, como o acasalamento e a procura de
alimento.
Eles também usam esses estalidos em situações de perigo. O cachalote ferido com arpão envia estalidos
para que as baleias distantes possam respondê-lo.
Cada baleia tem uma combinação especial de estalidos, como se fosse uma assinatura sonora, que a identifica
dentro do grupo.Os cachalotes reúnem-se em grupos de família, em geral de dez a vinte animais, compostos
normalmente de fêmeas adultas e suas proles. Os machos tendem a deixar a família quando atingem a
puberdade, entre os sete e onze anos, e a juntar-se ao grupo dos machos jovens.
Pode haver muita verdade nessas histórias. Os cachalotes são altamente sociáveis e viajam em bandos
de cerca de 40 fêmeas com seus filhotes para encontrarem os machos durante a estação de acasalamento.
Quando um se fere, o bando fica à sua volta para protegê-lo, ajudando a vítima a subir à tona para respirar.
Esse comportamento era muito conhecido pelos capitães que, sabendo disso, arpoavam um cachalote e
depois atacavam o bando que vinha ajudar a vítima.
Baleia cinzenta
Com a cabeça virada para o lado, a baleia-cinzenta alimenta-se de pequenos animais que habitam o fundo
do mar.
Ela percorre o local duas vezes: primeiro, agitando o findo do mar com a parte de cima do focinho, fazendo
boiar sedimentos de comida - depois, abocanhando e selecionando o alimento.
Orcas
O oceano também é povoado de bandos de orcas caçadoras bem organizadas, as chamadas baleias
assassinas, as maiores e mais rápidas da família dos golfinhos.A chave do sucesso é o forte elo entre
os membros da família, que pode chegar até dez. A grande coesão e familiaridade entre elas ajuda-os
a coordenar a caçada com tal eficiência que parece uma coreografia, seja a presa um cardume de salmão,
um leão-marinho ou uma baleia-de-corcova.
Quando caçam salmões, as orcas os assustam batendo as nadadeiras na superfície e depois
arrebanham-nos em grupos. Quando o cardume é cercado, a orca emite um som bizarro, semelhante a
um apito interrompido por uma buzina.
É o sinal de ataque. As outras orcas juntam-se para investir sobre os salmões acuados.